O começo foi tranquilo no mês seguinte sai de férias 30 dias... e ai sim, passei mal, enjôo, mole o dia todo por causa do dramim, eca... parte apagada da memória como todo mundo diz que vai acontecer, mas enqto vc está ali sentindo tudo isso jura de pé junto que nunca vai esquecer....rs
Voltei a trabalhar e nada mais de enjôo.
Na época o Rô estava desempregado, então a gente não tinha convênio, e eu fui para o SUS.
E só tenho agradecimentos a fazer ao Sistema Único de Saúde.
Não tenho um grãozinho pra falar mal. O pessoal da UBS do meu bairro sempre foram muito atenciosos, palmas para aquela unidade e sua Enfermeira Chefe. Mas acabei fazendo o pré-natal em outro lugar.
No Casulo, um projeto da nossa prefeitura que tbm é de tirar o chapéu.
Tive muitas infecções urinárias e por isso no final de julho, comecei a sentir dores no pé da barriga que só passavam quando eu ficava em repouso e a partir dai fiquei em casa afastada.
Tinha muito medo do parto normal, de não ter passagem e ficar sofrendo lá até não sei qto tempo, de passar da hora do bebê nascer... (coisas ruins que a gente ouve por ai e guarda na memória).
Por sentir essas dores, fui fazer ultrasom de abdômen, bexiga, rim. E foi nesse ultrasom que o médico pergunta se eu já sabia o sexo, eu digo que não e ele pergunta se pode ver (uma graça esse médico, o exame nem era pra isso) e na primeira tentativa já fala: É menina, parabéns!
Antes desse ultra a gente só tinha feito o primeiro e como já tinha mais de 12 semanas a médica disse 80% de ser homem. E já tínhamos nome: Caio.
Era um tal de Caio pra cá e pra lá. Desculpa filha, mas a médica que errou.
Hoje lembrando tudo, o que mais me marcou foi mesmo o medo do parto. Como eu não conhecia pelo o que iria passar, eu sofri longos meses com isso.
Claro que durante uma gravidez a gente tem muito medos: Antes do 3 meses medo do aborto, depois medo da morfológica e de o bebê ter algum problema, depois medo de nascer prematuro e finalmente medo de passar da hora de nascer e do parto em si.
Depois de maiorzinha a Cecilia estava sempre sentada e isso me tranquilizava tanto, pq sentada, vão fazer cesárea na mãe (pra mim era o que queria. Minha opinião e se tiver outra gravidez 90% de chance de querer cesárea tbm).
Todos foram ver os ultras. O primeiro foi o Pai, depois a minha mãe, minha sogra, irmã e por ultimo a madrinha (a Gi). O Pai não foi em todos pq conseguiu um emprego, e ai pedir pra sair mais cedo sempre não era muito legal.
No que a minha sogra foi, era a morfológica do SUS, aparelho que dificultava a visualização, a gente leiga, só via borrão....rs
E a médica começa a explicar o exame, diz o que estava ok e ai vem com o que não estava tão ok assim: O osso do nariz.
Isso indica síndrome da down, ela explicou. Mas para se concretizar precisa existir outros fatores que no caso dela estão ok. Mas pode se confirmar após o nascimento. Mas Eu já amava desde que era grãozinho lá no banheiro da minha casa. Se fosse Down seria amado do mesmo jeito...
Mas como era a minha sogra que estava junto, eu fiquei super mal, pq ela só guarda o que ela quer, e com certeza de tudo ela só guardou a palavra Down. E isso me deixou muito triste, pq vai que eles renegassem o bebê.
Mas depois fiz outro ultra morfológico, ah esqueci, em paralelo a gente já tinha convênio, mas teria que cumprir a carência para parto, e eu passava com uma outra obstetra e fazia exames com ela tbm.
E nesse ultra fiz com o fofo do médico lá que me falou o sexo.
E quem me acompanhou foi a Tia Caol, e ele disse que o osso do nariz dela era pequeno mesmo, mas que poderia ser uma característica dela. E isso sim se confirmou, ela praticamente não tem nariz.
O Rô ligou para os pais e disse que estava tudo bem com o nariz e que não era nada pra temer.
No ultimo ultra que a Gi acompanhou (foi dia 27/09), a médica coloca o aparelho e logo diz, ela já está com a cabeça para baixo, ainda não encaixou, mas já está na posição.
Eu durante a semana tinha sentido mesmo um desconforto grande na barriga à noite, quando estava no quarto dela ouvindo música de bebê, mas como não progrediu e passou nem lembrava mais. Suspeito que foi nesse dor que ela virou.
Meus medos aumentaram. Pronto é agora que fico lá naquele hospital municipal em trabalho de parto, e sem gritar ainda pra não estressar as enfermeiras e ter um acompanhamento mais caridoso... eheh
E eu pensava: se levar 12/24h eu saberei esperar. Uma hora esse tal de trabalho de parto irá acabar e será Deus quem me manterá calma e tranqüila para esperar. E fazer tudo dar certo no final. Rezava dia e noite para que tudo terminasse bem e isso foi me acalmando.
Chega à reta final, visita ao obstetra dia sim dia não, e vem o feriado de 12 de outubro. E o Casulo não vai abrir, no que seria o meu dia sim, então vou fazer o cardiotoco em outro lugar, no AME (onde fiz todos os ultra, e o atendimento tbm é bom), e depois dessa consulta passei a ir no PS Municipal.
Quando foi o dia de ir ao PS eu pensei, bom lá é 24 horas, e o Rô está chegando mais tarde todos os dias no serviço pra me acompanhar nessas ultimas consultas, vamos fazer o seguinte vamos à noite, depois que vc sair do serviço.
Era uma sexta-feira (dia 15/10), eu ainda fui para a casa (nessa reta final eu ficava na minha mãe pra ter companhia durante o dia), tomei banho nos arrumamos e fomos pro PS, fazer o cardiotoco.
Cheguei lá, levei uma lavada da médica de plantão, que isso é exame que tem ser feito de manhã, que àquela hora era pra emergência. Em minha defesa disse que ninguém me orientou com relação a horário. Bom ela colocou o cardiotoco, estava tudo bem com os batimentos, mas ela queria um ultra pra saber como estava o liquido. Afinal eu já estava com 40 semanas e 1 dia. Mas ai o ultra só no dia seguinte pela MANHÃ, viu mocinha.
E a gente foi embora feliz da vida, comemos um lanche e por volta das 23h chegamos em casa, fomos deitar. E ficamos conversando com a Cecilia.
Quando eu deitava era a hora que ela gostava de se mexer. E ai começou mesmo a se mexer, e uma mexida doida, muito doida, mega doida... E eu só falava Ai meu Deus! Acho que vamos voltar ao hospital... E doendo muito, e eu no desespero falei pro Rô, fala pra ela parar de fazer isso. E ele com aquela voz calma: Filha não faz isso com a Mamãe.
E num passe de mágica a Cecilia parou de mexer. Ficou quietinha. E dormimos tranqüilos.
Sábado cedo acordei e fui para o hospital, em jejum, pq na minha cabeça (mais uma vez), seria rápido e a gente iria tomar café na padaria, eba!!!!
O rápido virou a manhã toda lá dentro, aguardando “juntar” algumas mães para ir fazer o ultrasom.
Sei lá umas 7/8 mães esperando e vamos fazendo excursão por dentro do hospital para fazer o exame, chama uma, outra. É a minha vez.
A médica coloca o aparelho e fala: Nossa ela está sentada.
Eu falo pra ela: imagina Dra. dia 27/09 ela já estava de cabeça pra baixo, como assim sentada. Na hora me veio à dor da noite anterior.
Eu mostrei o ultra pra ela, e até a médica ficou surpresa de um bebê no tamanho dela ainda conseguir virar.
Voltamos ao médico, que olhando disse:
Você está em jejum? Pq se tiver já vou fazer a sua cirurgia. É cesárea, sua filha está sentada.
Na hora não sei oq me veio na cabeça e eu só lembro-me de falar que não estava em jejum... ahahah
E ele me mando não comer mais nada até a noite e voltar ao PS 19h para fazer o parto.
Fomos embora, passei na minha mãe, já era hora de almoço. E eu comi simmmmm, comi, pq estava com muita fome e não sabia quando ia comer de novo. Comi pouco, mas quebrei o meu jejum...rs
Lembro certinho do grito do Rô quando chegou à minha mãe, abriu a porta e disse: É HOJE D. ROSA QUE A CECILIA NASCE.
Um grito de alívio sabe, de finalmente chegou a hora.
40 semanas e 2 dias. Já era mais que hora da minha pequena colocar a carinha inchada pro lado de cá... E vir estrear nesse mundo.
Ainda fomos fazer coisas normais, como trocar o óleo do carro, dar uma passada na casa da madrinha pra falar um Oi.
Pq ir pra casa e dormir não íamos conseguir mesmo. Então ficamos nos distraindo pela rua.
Mais tarde fui pra casa, tomei um banho, as malas já estavam no carro há bastante tempo. E as 19h dei entrada no hospital.